A História do São Francisco Golf Club

Apaixonado esportista e fascinado pelo golfe, o Conde Luiz Eduardo Matarazzo, caçula dos13 filhos do fundador das Industrias Reunidas F. Matarazzo, costumava, em 1935, dar umas tacadas num percurso de 3 buracos num sítio “fora” de São Paulo onde ele ia nos fins de semana. Este sítio situava-se na atual Av. Faria Lima, exatamente na área hoje ocupada pelo Shopping Center Iguatemi.

Muitas vezes acompanhavam o Conde o mais conhecido Pro da época no Brasil, José Maria Gonzalez, que havia desenhado aquele pequeno percurso, e o seguia seu 2º filho, um garoto de pouco mais de 10 anos que demonstrava ser bastante talentoso. O menino iria ser o grande campeão internacional Mário Gonzalez.

No entanto, o Conde havia decidido dar a São Paulo mais um verdadeiro campo de golfe que iria ter 18 buracos.

Numa fazenda dele além do Rio Pinheiros ao mesmo José Maria Gonzalez foram confiados os trabalhos para a execução dos primeiros 9 buracos que só ficaram prontos em 1937, quando terminou também a “Club House”, igual até hoje, cujo arquiteto foi o próprio Conde Matarazzo.

Mas o Clube começou a funcionar regularmente somente mais tarde, e após a guerra em 1944 foi contratado e “importado” um Profissional Argentino: o famoso Amando Rossi (pai de Ricardo, que por longo tempo foi nº 1 dos amadores brasileiros). Já na época defensor da tese do golf jogado somente com braço esquerdo, Armando gostava de lembrar que este foi resultado de sua paralisia infantil mas também da inspiração que teve quando pela primeira vez viu jogar Mario Gonzalez que, como Rossi dizia “era um chico flaco e de aparência endeble que pero, “che”, lê pegaba mas largo que Roberto de Vicenzo”.

Rossi ficou no S. Francisco até 1958, mas de 1944 a história do S.F.G.C. se confunde com a história do golfe paulista e brasileiro. Muitos dos bons amadores deram as primeiras tacadas no S.F. e até que um grupo de Sócios saísse para criar o maravilhoso São Fernando, meninos como o José Joaquim Barbosa, Sérgio Nogueira e tantos outros aprenderam em nosso campo.

Em 1966, o campo ganhou um estranho presente e pelo qual se tornou famoso: oito jacarés vieram de Mato Grosso e até hoje existem para distrair os jogadores que batem por cima da lagoa no desafiante buraco 18.

Em junho de 1970, pela intervenção pessoal de Mário Gonzalez, o Clube viu pela primeira vez uma competição com os grandes nomes do golfe latino-americano e mais alguns europeus. Ganhou Florentino Molina jogando contra os argentinos R. de Vincenzo, F. de Luca, L. Rapisarda, C. Fernandez, os ingleses M.Gregson e D. Thomaz e todos os melhores brasileiros da época.

Mas os destaques, mais uma vez, foram os rapazes da família Gonzalez, Mário, José Maria (Pinduca) e um menino de 16 anos, 3º filho de Mário, Jaime, na época já campeão brasileiro amador.

Em agosto de 1972 o argentino Alberto Serra modificou muito o percurso e em 1975 foi reformado o interno da sede com reinauguração em 5 de julho de 1975.

Sob a atual presidência de uma filha do Fundador tem cerca de 100 Sócios e após ter sido regularmente filiado à Associação Brasileira de Golfe, desde a criação daquela instituição, é associado à Federação Paulista de Golfe.

Em 1977, foi realizado o 1º Aberto Misto de Amadores e Profissionais em 72 buracos e a vitória coube a um jovem Pro, Antônio Lourenço (Ferrugem) mas em 2º lugar se classificou o melhor amigo do S.F.G.C. e a maior figura do golfe brasileiro de todos os tempos: o Professor Mário Gonzalez que continua até hoje, Novembro 2001, a jogar maravilhosamente abaixo do par do campo no seu lindo Gávea Golf do Rio de Janeiro.